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Bornes relacionados com Miniaturas

Buscando...?

sábado, 27 de junho de 2009

Um Pouco Depois da Sessão da Tarde...

 Tenho, na minha página do Google, um alerta sobre buddhismo que me permite acompanhar o que se publica na rede sobre o assunto. Creio que uma boa parte, dada a onisciência deste deus...
Um, que eu recebi há pouco, fala sobre o enredo de uma futura novela da globo que vai ter um de seus personagens sendo, ao que parece, buddhista...
Confira aqui.
Num momento, o ator Carmo Dalla Vecchia, que fará tal personagem, diz o seguinte:

"Farei na trama o Alcino, o melhor amigo do Gustavo. Vou descobrir uma doença fatal na cabeça e por conta do budismo, não vou me abater e ainda vou alertar o Gustavo para que ele possa melhorar a vida dele, buscando sua real felicidade."


Só nos resta torcer para que o autor da novela faça um bom trabalho no sentido de apresentar, pelo menos, informações corretas sobre o buddhismo.
Vem aí mais um campeão de audiência.
Esperamos que não seja também uma fonte de asneiras, preconceitos e desinformação.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Sessão da Tarde

Ter escrito algo sobre repetição num texto atrás me lembrou de uma coisa...
Há um tempo, quase meses eu acho, estava com amigos conversando e falamos sobre TV, DVD e por aí. Numa certa altura, alguém comentou sobre o hábito de assistir várias vezes um mesmo filme. Várias mesmo! Havia, na ocasião, dois na mesa que declararam o hábito: um próprio, o outro, do irmão. Eu achei curioso. Me pareceu meio absurdo e acreditei que fosse algo incomum. O irmão, por exemplo, segundo o meu amigo, assiste a trilogia Matrix! E eu não errei o tempo verbal! Ele assiste a trilogia Matrix, entre outros títulos, quase que regularmente!
Eu fiquei impressionado com aquilo. Me impressiono fácil com as coisas, pode ser...
Num outro dia, com alguns mesmos amigos e mais outros, novamente o assunto surgiu. E eu fiquei mais espantado porque o hábito se revelou não tão incomum assim. Na mesma mesa já surgiram quatro, pelo que me lembro, que o tinham! Aí eu comecei, como desagradavelmente para alguns eu às vezes faço, a questionar para querer entender aquele fenômeno: "mas como assim?", "quantas vezes?" e tal até que cheguei no "por quê" ou no "qual é a graça". Foi quando entre as não-respostas e desconversas um dos caras me disse: "Depois da quarta vez, você começa a perceber os erros nos filmes..." Essa era uma das 'graças' para ele.
Essa eu achei interessante.
Tendo assistido, até aquela data "O Gladiador" nove vezes eu acho (bom, por três eu já o condenaria!), ele me garantiu que há uma cena em que passa um avião ao fundo.
Imagine só: você lá, imerso na história e vê o aviãozinho que passa lentamente a revelar a ilusão!
Divertido!
Não foi difícil pensar a coisa em termos de prática do Dhamma.
Encontrar aquela mesma graça me parece ser um nosso desafio!
Veja, alguns assistem várias vezes as mesmas histórias e se empolgam, curtem e se deleitam com aquilo. Um outro, não sei se único mas o que declarou, descobriu um motivo "superior".
Na nossa vida, as repetições são objeto de observação. Descobrirmos os "erros" que revelam o "sonho" não seria mais divertido do que seguirmos continuamente empolgados numa eterna Sessão da Tarde?

terça-feira, 16 de junho de 2009

Quase Elegia

Caixão devidamente parafusado e sepultado, nos nossos veículos tomamos a estrada sentido dukkha/sukkha e seguimos viagem.
Antes disso, o bate-papo que gira sempre em torno de vida e morte. Como precisamos viver bem porque a vida é curta e não somos nada nesse mundo, olha lá: eis oJustificar nosso futuro!...
E foi assim no velório de minha muito querida tia... Coroona carioca cheia de marra! Um coração em forma de pessoa! E o coração enorme, desgraçadamente não mais concorde em permanecer só metáfora, foi um dos fatores que nos levou até ali na semana passada.
Siga em paz e que as suas boas ações frutifiquem!
E o que seria aquele viver bem?
A vida infecta o mundo.
Entra e sai pelos nossos orifícios, está acima das nossas cabeças, sobre a nossa pele, sob nossos pés e dentro de nós! E, segundo o Buddha ensinou, além da nossa atmosfera, universo afora, e da nossa percepção convencional, há vida aos borbotões! Todas no mesmo rumo de fugir do sofrimento e buscar a felicidade. Numa absoluta confusão para a maioria. Confusão que transparece nas conversas de velório onde sempre relacionamos essa busca com obter, curtir, aproveitar, deleitar... Eis a nossa noção do valor da vida!
Se pudéssemos enxergar o movimento de nascimento e morte que existe neste nosso condicionado modo de viver!
Talvez seja a morte mais importante que o Buddha nos tenha ensinado a contemplar: a que acontece a todo momento. A cada vez que temos saciado um anseio, a cada vez que experimentamos uma sensação, a cada vez que nascemos da ignorância da concepção de um ego possuidor nós, em seguida, morremos.
A visão clara e direta desta morte para a qual somos tão cegos me parece ser o que nos tirará da confusão de antes, durante e de depois dos velórios.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O Ponto de Mutação

A partir da resposta que nos dermos para a pergunta ''por que eu pratico?'' precisamos observar constantemente se o nosso modo de vida é coerente com ela.
O que normalmente nos ocorre é que ao fecharmos o livro, levantarmos da almofada ou deixarmos a reunião (e muitas vezes nem isso é preciso!) a vida toma conta da mente.
Estamos habituados à prisão! Nossa familiaridade com o ciclo repetitivo do samsara é de longa data! É natural e espontâneo que continuemos a nascer para dukkha! Por isso precisamos 'forçar a barra' se temos um entendimento do dhamma do Buddha. Independente do que almejemos alcançar, desde que seja uma meta condizente com a prática do dhamma, eu creio que ela não virá ''naturalmente''. Não é relaxando e deixando acontecer que vamos 'chegar lá'.
A observação constante da mente ensinada pelo Buddha, nos leva a uma percepção cada vez mais apurada dos motivos e movimentos internos que nos mantem nos trilhos da montanha-russa do mundo. E essa observação envolve crítica, reflexão, avaliação entre outras posturas ativas ao invés de mera aceitação e espera. Conhecimento e visão são as palavras-chave. E a cada vez que estes se aprofundam, escolhas precisam ser feitas. Ou o pouco, ou muito, que conseguimos acaba esquecido como tantas outras coisas que acumulamos nos baús de nossas posses.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Criança

Adulto: "Bom dia! Dormiu bem?"
Criança: "Ãhã! Tive uns sonhos muito malucos! Umas maluquices! De sonho, sabe?"
A: "Ãhã! Mas foi pesadelo, ou não?"
C: "Não. Só maluquices mesmo!"
A: "Então tá bom. Ruim é quando a gente tem pesadelo e não consegue acordar!"
C: "É. Mas eu consigo acordar quando eu quero..."
A: "Ah, é!? E como é que você faz?"
C: "Eu pulo que nem um sapo, daí eu acordo!"
A: "Como assim!? No sonho?..."
C: "Claro, né!? Se eu tô tendo um pesadelo, eu abaixo e pulo que nem um sapo. Daí eu acordo! Mas tem vezes que eu não lembro..."
A: "E como você inventou isso?"
C: "Não sei!... Eu fiz uma vez e pronto..."
A: "Mas você sabe que está sonhando!?"
C: "É. Às vezes. É... Muitas vezes!"
A: "Que legal!! Tenta voar! Uma vez eu soube que estava sonhando e tentei voar. Não deu muito certo... Eu tentava e tentava mas só conseguia uns pulões assim..."
C: "É assim mesmo! Quanto mais força você faz, mais difícil fica!!"
A: " :D "

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