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Buscando...?

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

feliz

neste último escrito eu gostaria de desejar a todos que por aqui tem passado um ano novo cheio de realizações, alegrias e muita saúde.
sim, gostaria. 
como todo ser não desperto e, de acordo com o Buddha, não desperto é um sinônimo para doente mental, eu gostaria de muita coisa. em especial que a vida fosse bastante diferente do que é, principalmente que fosse mais obediente aos meus desejos. mas como aluno dos Despertos, eu tenho aprendido porque ela não é.
quer dizer que não desejo nada mais pra nós? 
com os Despertos tenho também aprendido que desejar não é o problema, desde que o desejo esteja em conformidade com a realidade. 
então, em primeiro lugar eu desejo que todos nós paremos com esta mania de pensar em "o ano novo". que besteira é essa? as coisas vão seguir seu rumo que, convenhamos, não está muito bom em termos globais. teremos alegrias e tristezas, muitos adoecerão, morrerão, tudo sem dar a mínima para as nossas esperanças e desejos.
porque é desta forma que as coisas são.
nosso corpo, por exemplo: seguirá fazendo aquilo que sabe fazer melhor, ir contra os nossos desejos, engordando, envelhecendo, despencando, doendo, adoecendo e morrendo. para nos iludirmos um pouquinho sobre a medida de controle que temos sobre ele, muitos sacrifícios teremos que fazer... e este é só um exemplo, mas o melhor de todos, que nos escancara a realidade do "ano novo". 
mas eu havia falado numa forma de desejar.
eu desejo que, justamente por contemplarmos o quanto este querer que as coisas sejam nos atrapalha a ver como as coisas são, possamos estar felizes a partir de agora.
que nós possamos, pois almejo isso para mim, realmente.
que estando atentos para o que agora ocorre, possamos descobrir o prazer de conhecer o alívio que surge do que cessa, o alívio do fim de um desejo, do fim de um anseio, o fim da perturbação do querer iludido, do movimento alucinado. que estejamos presentes no momento com a mente voltada para o prazer da sabedoria, que nossa mente se deleite em fazer aquilo para o que ela existe: saber.
se nós conseguirmos nos abrir para esta felicidade que vem do conhecer natural e pleno do que ocorre agora, por que vamos nos importar com o "ano novo"? todo instante não seria novo? esta alegria do saber a realidade não finda, a realidade está a todo momento.
diferente de nossas expectativas.
a realidade é este passar rápido, ininterrupto, composto de incontáveis eventos internos e externos que se condicionam e nossa vontade é só um componente do processo. se agirmos com a consciência disso, com a mente que aprende a saborear o saber a realidade, teremos menos ilusões sobre os resultados e mais paz com o que surgir.
que vivamos o nosso ano enquanto ele durar, que saibamos sorrir e chorar, gozar e sofrer e que nos deleitemos neste saber. que queiramos cada vez menos. que deixemos a vida ser o que é.
que evitemos nos embaraçar nos emaranhados da vida.
e isso não é o "ano novo" que vai trazer.





segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Je Tsongkhapa

 abaixo, o texto que mais estudei, em sua versão extensa chamado Lam Rim, durante o tempo em que estive sob orientação de professores ligados à tradição tibetana de Je Tsongkhapa
embora envolvido com o buddhismo desde 1995, só passei a me considerar buddhista quando ingressei no estudo e prática por meio desta tradição, em 1999. este texto fundamentou o entendimento do dhamma que sustento até hoje.
a versão é do livro "Bondade, Amor e Compaixão" de Sua Santidade o Dalai Lama, editora Pensamento.




Os Três Principais Aspectos Do Caminho

Homenagem aos principais lamas sagrados

Explicarei o melhor que puder
O significado essencial de todas as escrituras do Conquistador,
O caminho louvado pelas eminentes Crianças Conquistadoras,
Porto para os afortunados que desejam a libertação.


Aqueles desapegados dos prazeres mundanos, a lutar
Para que lazer e fortuna signifiquem dignidade, inclinados
Que são para a senda que deleita ao Buda Conquistador,
esses afortunados devem ouvir com mente límpida.


Sem a profunda convicção de abandonar a existência cíclica
Impossível deixar de perseguir os frutos do prazer no oceano da vida,
E mais: o anseio pela existência cíclica agrilhoa por completo o encarnado.
Que se busque, pois, de início, a determinação de abandoná-la.


Lazer e fortuna são difíceis de encontrar
E a vida se esvai: esse conhecimento
Converterá em seu oposto a importância dada
Às exterioridades da existência.


Se pensarmos sempre e sempre nas ações,
Em seus efeitos, que são inevitáveis,
E nos sofrimentos da existência cíclica
Converter-se-á em seu oposto a importância dada
Às circunstâncias exteriores das vidas futuras.


Se tendo assim meditado, não geramos, por um instante sequer,
Admiração pelo florescimento da existência cíclica, mas se, dia e noite,
Se faz presente a atitude de busca da libertação,
O pensamento de abandonar para sempre essa existência foi gerado.


E mais, se o pensamento de abandonar de vez a existência cíclica
Não estiver enlaçado à geração da total aspiração pela iluminação suprema,
Não será ele a causa da bênção esplêndida da iluminação excelsa.
Sim: que os inteligentes gerem a tão alta e altruísta intenção de se converter em iluminados.


[Todos os seres comuns] são arrastados pelo continuum de quatro torrentes poderosas
E atados pelos liames de ações muito duras de combater.
Na jaula de ferro da autopercepção [existência inerente], lá estão eles,
Aturdidos pela densa escuridão da ignorância.


Vezes sem conta já nasceram, e cada nascimento
Traz a tortura incessante dos três sofrimentos.
Ao pensar nas mães que caíram nessa rede,
Geram eles então a intenção altruística de converter-se em iluminados.


Sem a sabedoria que compreende o modo de ser das coisas,
Mesmo que tenham sido desenvolvidos, tanto
O pensamento de abandonar para sempre a existência cíclica
Como a intenção altruísta,
A raiz da existência cíclica não poderá ser exteirpada.
Pratica, pois, os métodos que te farão entender a manifestação dependente.


Aquele que, percebendo serem inquestionáveis
Causa e efeito de todos os fenômenos
Da existência cíclica e do nirvana,
E destruir, inteiro, o modo de percepção equivocado
Dos objetos [tidos como de existência inerente],
Terá, assim, ingressado num caminho que apraz ao Buda.

Enquanto se afigurem como separadas as duas compreensões
Da indubitabilidade da manifestação dependente
E do vazio - a não-afirmação [da existência inerente] - 
Não será compreendido o pensamento do Buda Shakyamuni.


Quando [ambas as percepções ocorrem], simultâneas, sem alternância,
E quando, apenas por ver a manifestação dependente como indubitável
O conhecimento preciso destrói por completo o modo de percepção [da concepção de existência inerente], 
Está completa a análise da apreensão [da realidade].


E mais: exclui-se o extremo da existência [inerente]
[Conhecendo-se a natureza] das circunstâncias externas
[Que existem apenas como designações nominais].
E, ao extremo da [total] não-existência, elimina-se
[Conhecendo-se a natureza] do vazio
[Como ausência de existência inerente e
Não como ausência de existência nominal].
Se for por ti sabida, dentro do vazio, a presença da causa e do efeito,
Não serás aprisinado pelas percepções extremas.


Ao teres compreendido com exatidão, do caminho
Os três aspectos principais, no que tem de essencial,
Procura a solidão e gera o poder do esforço.
Que logo chegues à meta final, meu filho!




quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

TEDxEdges - José Eduardo dos Reis - "Buddhism, Science and Reality"



Espere um pouco... Ele vai falar português...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

durban

e a conferência termina mais ou menos como estava antes de começar.
sabemos agora, como sabíamos antes, que temos um problema.
sabemos agora, como sabíamos antes, que algo precisa ser feito.
e fim.
agora, o que efetivamente sabemos mas tememos reconhecer é que sempre precisamos de muito mais do que saber para mudarmos o rumo: precisamos chegar na beira do abismo, sempre, se não efetivamente começar a cair nele.
quando a desgraça cansar de bater na porta, arrombá-la, estirar-se no sofá da sala e tomar conta da tv, aí talvez façamos algo realmente.
eu, por aqui, vou observando. sempre fui de observar. mais ou menos como aquela coruja da piada que foi pintada de verde e vendida como sendo um papagaio: "aprender a falar ainda não aprendeu, mas presta uma atenção!!". sigo observando que as tanajuras, ou içás, 'caem' cada vez mais tarde! na minha infância brincava muito com elas. começavam a cair lá pelo mês de setembro. mas a cada ano tenho visto que demoram mais. só ontem eu fui achar uma no chão, andando meio desiludida, coitada.
quem sabe não é sinal de alguma coisa...

domingo, 4 de dezembro de 2011

dukkhinha continua

 no carro.

...ah, aí é aquela coisa chata de falar de deus e inferno e tal...
chato, filho?
ô...!
mas você respeita, né?
claro, né pai? mas não é fácil...! uma pessoa lá em cima no céu... um inferno embaixo da terra... nossa, nada a ver!
acho que se você tentar ver a coisa de uma outra forma talvez fique menos chato...
ah, tá! ... como assim?
tente ver tudo isso que é falado como símbolos...
... (começa aquela cara, aquela imagem maravilhosa e indescritível de uma cabecinha fresca pensando).
símbolos de coisas que existem dentro e fora de nós...
hmmm... como assim...?
onde colocamos os mortos?
enterramos eles...
sim... colocamos debaixo da terra. por onde passam nossos esgotos?
debaixo da terra!
então, tudo que queremos esconder, ou de que não gostamos, enterramos... colocamos embaixo da terra... o inferno é um símbolo para essa nossa atitude...
... (a cara começa a brilhar).
o que você mais gosta de fazer... em casa... passa aquele tempo todo e eu até implico com você?
hmmm... origami...?
e isso é o que? é criar, filho! você tem uma enorme vontade e prazer de criar coisas, né?
é... acho que é...
deus pode ser um símbolo para esta energia de criar também, filho. esta energia que todo ser humano tem e precisa ter... pegamos isso e transformamos numa pessoa, pra poder até entender melhor...
é mesmo! eles falam que deus criou tudo, né? nossa! tudo começa a fazer sentido!
ha, ha, ha, ha...! tá vendo como muda quando a gente pensa de uma outra forma?
é!... é legal!
totalmente diferente de negar, descartar, jogar fora, né?
hehehe
a gente precisa sempre pensar nas coisas, filho. quase sempre a gente descobre algo de bom... dificilmente alguma coisa é totalmente inútil...
...
com relação a este assunto, a gente corre o risco de cometer o mesmo erro de quem acredita sem compreender: não compreendem e acreditam; não compreendemos e negamos!
é... é mesmo... 
...
vou falar com meus amigos...
isso eu não aconselho, não... daqui a pouco vão me chamar na escola pra dizer que você tá pondo coisa na cabeça dos outros... espera mais um pouco. pensa mais no assunto, compreende melhor você primeiro.
...
...
...
nossa... que da hora!! acho que não quero ser mais astronauta, não... quero ser filósofo!
hahahahaha...

Speech by ReadSpeaker