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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

esquindô, esquindô

em nenhuma outra época do ano nossa idiotice aflora tão intensa e belamente.
em nenhuma outra época celebramos com tanto orgulho nossa colossal imbecilidade.
já se nota a efusiva escuridão de ignorância que toma conta do meu entorno.
teria tanto para falar sobre esta tão estúpida festividade em um meu grito de carnaval...

mas já há tudo abaixo:




Vamos celebrar
A estupidez humana

A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões...

Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...

Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...

Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...

Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...

Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...

Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...

Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...

Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!...


letra de Perfeição do Legião Urbana.

DEZ! nota: dez.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

coloquial

...mas você não queria a vaga!?
queria! claro!
mas não parece!
por quê?!!
parece que não está nem aí de não ter conseguido...
mas estou 'aí', sim! hehehe.
mas não parece... parece que está tudo bem com você...
mas está tudo bem... o que não significa que eu não esteja triste... está tudo bem em estar triste...
isso é esquisito...
não é muito... eu posso estar triste mas não sacrifico o real em nome do imaginário...
tá. agora explica esta beleza de frase...
o estar em paz agora não pode ser sacrificado em nome do imaginário estar em paz do futuro...
explica mais, meu...
eu não vou me torturar por conta de não ter conseguido uma coisa. o que eu efetivamente tenho agora é mais importante, por exemplo, poder estar em paz estando triste!
meu, cê tá lendo muito paulo coelho...!
hahahaha... na verdade só li brida e o alquimista. e muito antes dele virar imortal! mago para mim só existe um: o Sara.
what?!!...
o Saramago.
ai!! essa deu vontade de voltar pro trabalho...
hahahaha! vão bora!!


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

o problema da identidade

o problema da identidade é que mesmo quando tendo mais cabelo, menos rugas, olheiras e gordura eu consegui sair tão mal naquela foto, imagina hoje!
na verdade este é o problema do documento de identidade. 
o da identidade é ainda mais sem graça.
identificar-se como qualquer coisa é realmente como amontoar bolhas de sabão sobre a superfície da água. o negócio se espalha, estoura, dissolve-se enquanto continuamos absorvidos na inútil tarefa.
mas basta pararmos para olhar com atenção, vermos a dinâmica da coisa para desistirmos, ao menos até a próxima descuidada, de continuarmos com aquilo.
qualquer identidade que nos atribuímos traz problemas.
minha fonte de néctar neste aspecto é Ajahn Buddhadasa.
como ele ensina, qualquer coisa com a qual nos identificarmos trará problemas: um bom, um mau, um legal, um triste, um chato, um alegre, um festivo, um problemático, um sábio, um vencedor, um perdedor... qualquer identidade é uma tentativa frustrante de conter a correnteza do existir.
deixemos que os outros pensem algo de nós, mas não façamos o mesmo. vamos nos manter observando o processo.
até o fim.

Speech by ReadSpeaker