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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

a morte do ego

...essa coisa de matar o ego...! isso é impossível! ninguém mata ou anula o ego! 

tá. olha só, você está repetindo uma coisa que ouviu, leu ou recebeu por email. não tem conhecimento sobre, mas por direito pode falar a respeito. vou te dar um exemplo que, estando mais adequado ao seu campo de interesses, pode ajudar você a ter uma noção melhor do que está falando. 

ah... por favor! 

o isaac newton compreendeu porque as coisas caem e porque os astros giram em torno uns dos outros. elaborou equações pelas quais o mundo progrediu e tal. aí surgiu o einstein e boa parte do que disse o newton teve que ser reinterpretado ou mesmo abandonado em condições mais extremas, certo? 

certo. a relatividade ultrapassa a mecânica clássica em termos de precisão e derruba os conceitos de espaço e tempo absolutos. 

obrigado. pois bem, o mundo funcionou e, na maior parte dos casos, funciona muito bem sob as regras da mecânica clássica do newton. só na medida em que mais precisão é requerida é que entram as descobertas do einstein. 

tá, obrigado por me ensinar o que eu já sei. o que isso tem a ver? 

tem a ver que até certo ponto funciona e parece, incontestavelmente, real. é correto dizer que o einstein "matou" ou "anulou" a mecânica clássica ou a força da gravidade? 

não, ele só "ajustou" as coisas. 

é correto dizer que ele NÃO matou a gravidade clássica por que esta nunca existiu? 

... sim... é correto, sim...

então, o Buddha e ninguém depois dele, "mata" ou "anula" o ego porque o ego, conforme entendemos, nunca existiu. funciona, como a gravidade da mecânica clássica, mas a medida que nossa sagacidade mental se desenvolve começamos a perceber sua imprecisão e o castelo vai ruindo. essa "falta de precisão" que percebemos é, basicamente, o motivo da precariedade da felicidade ordinária do "ego clássico", falando nos termos da nossa analogia. 

... 

percebe agora? do ponto de vista buddhista não há que matar ou anular nada, só compreender um equívoco. quando uma pessoa acha que precisa de níveis mais "precisos" de felicidade ou realização, há o Buddha e sua disciplina para que ela teste. assim como para que o gps funcione é preciso que a troca de informações entre os satélites e os receptores seja calibrada levando em conta as distorções do espaço-tempo.

...

só isso.

...

eu vou escrever e te mando.

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