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Buscando...?

sábado, 31 de agosto de 2013

reinos

conversava outro dia com um colega evangélico. ele me chegou com uma dica de vídeo de um pastor de quem gosta e a conversa foi até onde eu passei a tocar num assunto que me incomoda: o silêncio, ao menos aparente para mim, da sincera, correta e séria comunidade evangélica e seus líderes com respeito àquilo que tem contribuído para um conceito se avultar no imaginário de uma parcela da população, a saber, numa forma educada: os evangélicos, quando não são ingênuos, são desonestos. 
a mesma provocação eu fazia vez em quando a um senhor que comigo trabalhou e é pastor, fundador de uma denominação, inclusive. um senhor honesto, trabalhador, cumpridor. apesar de aposentado, sempre cioso da necessidade de conciliar seus compromissos religiosos com os do trabalho. e ele travava quando eu tocava no assunto dos casos notórios de enriquecimento absurdo de líderes evangélicos, por exemplo. era perceptível o incômodo mas ele tergiversava e dizia que cada um conduz a obra ao seu estilo... eu lamentava. e elucubrava a respeito da raiz da dificuldade.
e o meu interlocutor de então também patinava no mesmo ponto. hesitava em fazer críticas ou reconhecer mesmo o óbvio ululante. e eu insistia em que há a necessidade de uma resposta ativa a fatos evidentemente absurdos do seu mundo religioso.
coincidentemente, na manhã seguinte, em minha caminhada pelas veredas virtuais me deparo com isso: 
 que me explica um pouco mais do complexo e grave imbróglio em que vejo estar o protestantismo. 
este pastor, na minha opinião uma das figuras mais lamentáveis do cenário religioso nacional, se as informações constantes no site supralinkado forem verdadeiras, continua em sua cruzada de aversão baseada em ofensas toscas, impropérios afetados e exploração, via teatral destempero emocional, dos que são vítimas de sua presença canastrona. este senhor, pelo que se lê, tenta me ofender enquanto ateu e consegue me entristecer enquanto religioso. enquanto ateu são claras as tentativas de ofensa e me incomodam até o ponto em que concluo que ser ofendido por ele é quase um elogio. me entristece enquanto religioso porque trabalha, estúpida e ferozmente, pela destruição da religião, de todas as religiões, pois que o seu discurso distorce o próprio sentido do que é religião, seu discurso agride o exato espírito da religião quando sua filosofia desvia a atenção de seus ouvintes e fiéis para o exterior, inventando um mundo inimigo. aquela luta religiosa que é essencialmente travada no interior do crente é ignorada e transferida para fora, o mal passa a ser o outro. e só o outro. e aí entendo porque nesta visão de mundo as recompensas que buscam só podem ser da mesma ordem. é a superficialidade de pensamento que me parece característica do fanatismo. o fanático sendo incapaz de encontrar no seu interior aquilo que busca, precisa ser no mundo o que não encontra e o faz pela força da sua própria frustração. o fanático é vítima da inépcia introspectiva e torna-se o tirano quando alimenta e explora esta mesma incapacidade no outro. é o poder da teologia da prosperidade material.
é da natureza da matéria não satisfazer ao espírito. o reino do espírito não é deste modo. este é um reino fundado na carência e constituído de mentira, um reino frágil. uma fragilidade que precisa ser reconhecida mas que, até agora, me parece, estranhamente, ser só temida.

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