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Buscando...?

domingo, 22 de setembro de 2013

i want to believe

já vi algumas argumentações em favor da veracidade do renascimento, de gente que eu admiro e respeito. 
se eu não acreditasse, nenhuma teria me convencido.
agora, com a novela, a necessidade de esclarecer as diferenças entre renascimento e reencarnação movimenta parte do mundo buddhista. muito pertinente este trabalho para nós, crentes. para quem não é, equivale a discutir diferentes espécies de unicórnio (para valer o símile combinemos que unicórnios não existam).
vários de nós, que gostamos de pensar, de questionar, de saber, de filosofar e que muito por conta disso rejeitamos a religião que herdamos, encontramos no buddhismo refúgio para o vazio que o pensamento materialista científico deixa no nosso peito. o buddhismo é empirista, é pragmático, é pé no chão e estas características nos alegram, nos encantam, nos confortam. uma religião plena de bom-senso e repleta de insights muito próximos daqueles que a ciência ocidental vem obtendo em sua história, tanto nas visões do mundo físico quanto do psicológico. surgem, frequentemente, novos resultados positivos da meditação, em especial os modos buddhistas de meditação, sobre a mente, o corpo e a estrutura cerebral, por exemplo.
isso pode deixar a nós, buddhistas, um pouco carregados de uma certa empáfia diante dos outros religiosos. pode ser que passemos a nos achar mais alguma coisa, alguma coisa acima do populacho crente.
mas não.
se somos buddhistas, e não Buddhas ou outra coisa mais próxima de um Buddha que de um ser comum, e se somos fiéis ao ensinamento, somos tão crentes quanto qualquer outro. cremos, por exemplo, pois não sabemos, no renascimento e na lei do kamma e, ainda que conforme expostos no buddhismo sejam mais palatáveis, são uma mera crença para nós. fora todos os casos descritos nos suttas e sutras tais como voos, teleportes, encontros com seres fantásticos... coisas que podem ser explicadas pelo recurso do simbolismo, da metáfora ou mitologia mas que estão lá como estão. claro que opções existem, stephen batchelor que nos diz, mas isso é lá com ele.
e apesar de todo nosso racionalismo escolhemos seguir caminho. por quê?
eu, porque preciso.
o mundo, tal como se me apresenta, não vale a pena. simples assim. eu não conseguiria durar muito mais se não houvesse a esperança (pois é...) de uma solução para isso tudo que está aí. esperança que o Buddha me dá. e que outros encontram em outros.
dentro dos meus limites eu posso afirmar que fé, no sentido comumente compreendido, não é o meu forte. dentro dos meus limites eu comprovo muito da prática do que o Buddha ensina para dar-lhe um voto de confiança e crer naquilo que (ainda?) não posso ver.
isso hoje eu tenho bem resolvido, mas já flertei com a turma do espiritualismo quântico. o livro que me trouxe ao buddhismo foi o tao da física... todavia, graças a mergulhar, o mais fundo que sou capaz, a cabeça no Buddhadhamma, deixei de lado esta ambição de unificar a ciência e a minha religião. não vejo problema algum em me identificar como religioso, como crente, pois é o que sou.
só ao Despertar deixarei de sê-lo.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

joias raras

 
o fio que perpassa os ensaios que compõem esta antologia é o do pragmatismo. o buddhismo aqui apresentado não o é pelas cores, cânticos, transes místicos ou revelações extáticas. aqui o buddhismo é assentado no corpo e mente do leitor. é o buddhismo conforme consta nas suas fundações, como originado da busca do jovem príncipe que abdicou de uma vida inventada e amarrada a inevitável angústia para descobrir se haveria uma vida real e se esta valeria a pena ser vivida. é isto a que o leitor é levado a refletir quando contempla estas jóias raras.


http://www.amazon.com.br/Joias-Raras-ensinamento-buddhista-ebook/dp/B00F8KAYBM/ref=sr_1_2?s=digital-text&ie=UTF8&qid=1379414519&sr=1-2&keywords=jóias+raras

sábado, 14 de setembro de 2013

filosofia buddhista sem mistério

Abaixo a minha tradução para a conclusão do quarto capítulo (pág. 59) de "History of Buddhist Philosophie - Continuities and Descontinuities" de Davi J. Kalupahana.
Decidi publicar aqui, primeiramente porque é um daqueles trechos cujo fascínio me surge pelo poder que tem de dizer tanto com tamanha concisão. Merece ser lido e relido e servirá como guia para aprofundamento no Buddhadhamma naquilo que é fundamental.
Em segundo lugar pela satisfação que me causou ao perceber que, dentro dos meus limites, tenho escrito aqui sobre algumas ideias presentes neste trecho e naquele livro.

O princípio do surgimento dependente é concebido como uma alternativa à noção Brahmanica de um eu eterno (ātman) bem como ao conceito de natureza (svabhāva) apresentado por algumas escolas heterodoxas (contemporâneas do buddhismo e oposicionistas ao brahmanismo). Como uma alternativa, não só evita o mistério mas também explica os fenômenos como em um estado de surgimento e cessação contínuos. O Buddha realizou que, embora tal princípio seja verificável (ehipassika), não é facilmente percebido (duddasa) pelos seres humanos ordinários, que são absortos pela e deleitados na adesão (ālaya) tanto à coisas quanto às visões. Tais inclinações podem cegá-los em tamanha extensão que eles ignoram até os fatos mais evidentes. Assim a dificuldade em perceber e compreender a dependência é devida não a qualquer mistério quanto ao princípio em si, mas sim ao amor das pessoas pelo mistério. A busca pelo mistério, pelo algo oculto (kiñci), é considerada como causa fundamental de ansiedade e frustração (dukkha). Por isso diz-se que aquele que não procura nenhum mistério (akiñcana) e que percebe as coisas “como elas vem a ser” (yathābbhūta), desfruta da paz mental, a qual eleva tanto intelectualmente quanto moralmente. Isto explica a classificação do surgimento dependente como pacífico (santa) e sublime (panīta).

The principle of dependent arising is intended as an alternative to the Brahmanical notion of an eternal self (ātman) as well as to the conception of nature (svabhāva) presented by some of the hetorodoxy schools. As an alternative, it not only avoids mystery but also explains phenomena as being in a state of constant arising and ceasing. The Buddha realized taht even though such a principle is verifiable (ehipassika), it is not easily perceived (duddasa) by ordinary human beings, who are engrossed and delighted in attachment (ālaya) to things as well as views. Such leanings can blind them to such an a extent that they ignore even the most evident facts. Thus the difficulty in perceiving and understanding dependence is due to not any mystery regarding the principle itself but to people´s love of mystery. The search for mystery, the hidden something (kiñci), is looked upon as major cause of anxiety and frustration (dukkha). Therefore the one who does not look for any mystery (akiñcana), and who perceives things “as they have come to be” (yathābbhūta), is said to enjoy peace of mind that elevates him intellectually as well as morally. This expçain the caracterization of dependent arising as peaceful (santa) and lofty (panīta).

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Imasmiṃ sati idaṃ hoti, imassuppādā idam uppajjati, imasmiṃ asati idaṃ na hoti, imassa nirodhā idaṃ nirujjhati.

nada sei é um extremo.
onisciência é outro.

mas há um justo. um possível. que requer esforço:

isto sendo, este vem a ser
com o surgimento disto, este surge
isto não sendo, este não vem a ser
com a cessação disto, este cessa *

*Bahudhatuka Sutta


terça-feira, 3 de setembro de 2013

algum tempo de jóia rara no ar...

- vocês acreditam em reencarnação?
- não!
- não?!
- não.
- mas na novela...
- esquece a novela...
- mas disse que podemos reencarnar como animais...
- já somos.
- mas o que acontece depois da morte, então?
- enterra, crema ou faz ração. de preferência antes de começar o mal cheiro...
- animal!
 
 para uma abordagem séria:
http://rarajoia.blogspot.com.br/

Speech by ReadSpeaker