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Buscando...?

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

texto de incertos e vazios

o buddhismo talvez tenha chegado ao ocidente como mais uma forma de ilusão: arte da felicidade ou programa para ser feliz.
...
mas o buddhismo, em sua pós-modernidade, nunca foi. buddhismo é combustível que, desiludindo, tudo queima e deixa resto de nada. nem de buddhismo.
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o Buddha, pós-modernamente, declarou o poder do desencanto: forçando a densidade que nos mantém a boiar como nacos de fezes, afundemo-nos assim: para que internet? para que remédios? para que viver mais e melhor? para que crescer? para que consumir? para que tanta felicidade? para que opinar? para que debater? para que acreditar? para que tomar partido? para que liberdade? inumeráveis questões a todo gosto e desgosto, abaixo de tudo.
...
Buddha, o pós-moderno, declara a cessação. tudo certamente seguirá a lutar contra, perenamente, samsaricamente, inutilmente.
... 



nós

A existência é uma formação de nós e estresse. Cessação é um desatar nós e descanso. 

Existence is a formation of knots and stress. Cessation is an unravelling of knots and rest.

migre.me/i2uk9

http://migre.me/i2uCv

http://migre.me/i2uFb

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

que cheiro é esse?

parte das últimas palavras de um mestre da tradição das florestas da tailândia, luang pó piak, neste vídeo foram: "se quiser praticar pra valer contemple seu corpo e mente como sendo anicca, dukkha, anatta". ele responde à última pergunta das feitas por brasileiros e levadas a ele por iniciativa louvabilíssima do bikkhu mudito, monge brasileiro naquela tradição. perguntou-se se a prática de atenção plena, ou vigilância, ou presença mental, ou outra tradução que seja para a palavra pali 'sati', seria uma "prática de verdade", se "dá algum resultado". a resposta do mestre foi clara.
aquela pergunta revela parte do que compõe nossa dependência doentia da graça. nossa, de inutilidade difícil de perceber e de assim a reconhecer, procura pelo mágico. não sabemos o que ocorre aqui e agora, mas somos obcecados pelo que vem depois. e, ou, queremos algo especial, como explana o venerável sumedho neste magnífico texto. (texto não mais disponível no site. se eu reencontrar corrijo o link)
nada de mais é observar este corpo que decai momento a momento, sujeito à morte, à dor. esta mente que pula, esvai, turbilhona. estas sensações que atam. esta liberdade obediente à soberana ignorância. 
quando finalmente compreendermos o discurso do fogo...
até lá, vamos enfeitando tudo, até a prática do dhamma, que deveria levar ao desapego, ao desencanto, ao desapaixonamento. que deveria estar voltada para a completa percepção da mediocridade da vida, para então partir em busca de outra coisa. mas não, ainda encantados pelo mundo saímos em busca de um encanto maior, concebemos uma fonte de bênção que nada mais é que reflexo desta mesma condição desgraçada, mas embebida no perfume que ideamos. 


Speech by ReadSpeaker